SUGESTÕES:
OBRA POÉTICA INTEGRAL de Cesário Verde (1855-1886) - Organização de Ricardo Daunt. Editora Landy, 1ª Edição, 2006. 266 páginas.
OBRA POÉTICA INTEGRAL de Cesário Verde (1855-1886) - Organização de Ricardo Daunt. Editora Landy, 1ª Edição, 2006. 266 páginas.
Esta edição da obra poética de Cesário Verde, que contém toda a sua produção versada, é de suma importância para a compreensão desse poeta que, não obstante o seu flutuamento em vários estilos literários, foi um grande alicerce para o Simbolismo que se faria em Portugal e no Brasil, como revelado por Andrade Muricy, em seu Panorama do Movimento Simbolista e também pelo poeta do círculo Simbolista de Cruz e Sousa, Antônio Austregéliso, que, acerca da influência da literatura portuguesa no Simbolismo Brasileiro discorreu: "(...) Também ganhamos na preciosa colheita o gênio de Guerra Junqueiro, que com Os Simples nos deu força e propulsão para o canto das nossas tendências espirituais. Arrebanhamos pais poetas e escritores lusitanos: Cesário Verde, que não foi simbolista; Teixeira de Pascoais, criados do Saudosismo; Raul Brandão, que publicara a História de um Palhaço e a Farsa". Não somente pelo legado de Cesário Verde, mas, principalmente, pelo seu feitio lírico, essa obra é recomendada.
ENTREVERSOS - Byron e Keats. Tradução: Augusto de Campos. Editora Unicamp, 1ª Edição, 2009. 192 Páginas
Eis mais uma tradução dos Românticos ingleses que aportou em nossas livrarias e que fulge qualidade. A proposta é bem interessante, pois em "Entreversos" o que se pretende é ter-se uma contra-visão entre a poética de Byron e de Keats, que tinham claramente estilos diferentes (o próprio Lorde, certa vez, atacou Keats num veículo de imprensa, chamando-o de "little poet" - lembrando que o poeta de Endimião tinha, de fato, uma altura diminuta -, ameaçando, também, retirar a pele de Keats caso alguém nada fizesse contra este). O mais interessante dessa obra é o confronto imediato das duas poéticas que, mesmo que estejam sob o signo do Romantismo, são bem diferenciadas, sendo Keats um poeta talvez até maior do que Byron, que é grandioso, porém muito menos atento a cada brilho de sua obra que deveria fulgurar mais, não desenvolvendo tudo que poderia.
POESIA COMPLETA - Alphonsus de Guimaraens. Coleção Brasileira da Biblioteca Luso Brasileira. Editora Nova Aguilar, 1ª Edição, 2001.
A obra completa de Alphonsus de Guimaraens fala por si tanto em sua parte religiosa quanto em sua parte neo-romântica e de emanação de alto Simbolismo. Apesar de ser muito criticado por ser uma obra supostamente monotemática, algo que desacordo, a obra tem uma qualidade estética, musical e quantitativa raramente encontrada no Brasil. Não à toa, Alphonsus de Guimaraens é o segundo poeta lembrado de nosso Simbolismo, ficando ao lado de Cruz e Sousa como grande representante do estilo (causando até grande injustiça com outros gigantes como Silveira Neto, Emiliano Perneta...)
Apesar de 2001, está é uma obra difícil de ser achada, pois a Nova Aguilar já deixou de produzi-la, apesar de continuar a produzir várias obras completas em seu manto editorial. Não obstativo esse fato, em sites como Estante Virtual, uma grande rede de sebos on-line, facilmente há de se encontrar essa obra, que é a mais atual edição da Poesia Completa de Alphonsus de Guimaraens, atualizando a anterior, lançada em 1960.
Caros leitores do Sacrário das Plangências, eis as sugestões do mês, desta vez, totalmente poéticas.
Boa leitura!
Abraços,
Cardoso Tardelli
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