sábado, 7 de abril de 2012

Sugestões de Leitura - Parte VII

Caros leitores do Sacrário das Plangências, eis o corriqueiro tópico de sugestões de leitura, que vem sempre uma vez por mês, mas que se atrasou um pouco, pois este já deveria ter sido feito no fim de Março.

SUGESTÕES:
OBRA POÉTICA INTEGRAL de Cesário Verde (1855-1886) - Organização de Ricardo Daunt. Editora Landy, 1ª Edição, 2006. 266 páginas.


Esta edição da obra poética de Cesário Verde, que contém toda a sua produção versada, é de suma importância para a compreensão desse poeta que, não obstante o seu flutuamento em vários estilos literários, foi um grande alicerce para o Simbolismo que se faria em Portugal e no Brasil, como revelado por Andrade Muricy, em seu Panorama do Movimento Simbolista e também pelo poeta do círculo Simbolista de Cruz e Sousa, Antônio Austregéliso, que, acerca da influência da literatura portuguesa no Simbolismo Brasileiro discorreu: "(...) Também ganhamos na preciosa colheita o gênio de Guerra Junqueiro, que com Os Simples nos deu força e propulsão para o canto das nossas tendências espirituais. Arrebanhamos pais poetas e escritores lusitanos: Cesário Verde, que não foi simbolista; Teixeira de Pascoais, criados do Saudosismo; Raul Brandão, que publicara a História de um Palhaço e a Farsa". Não somente pelo legado de Cesário Verde, mas, principalmente, pelo seu feitio lírico, essa obra é recomendada.



ENTREVERSOS - Byron e Keats. Tradução: Augusto de Campos. Editora Unicamp, 1ª Edição, 2009. 192 Páginas
Eis mais uma tradução dos Românticos ingleses que aportou em nossas livrarias e que fulge qualidade. A proposta é bem interessante, pois em "Entreversos" o que se pretende é ter-se uma contra-visão entre a poética de Byron e de Keats, que tinham claramente estilos diferentes (o próprio Lorde, certa vez, atacou Keats num veículo de imprensa, chamando-o de "little poet" - lembrando que o poeta de Endimião tinha, de fato, uma altura diminuta -, ameaçando, também, retirar a pele de Keats caso alguém nada fizesse contra este). O mais interessante dessa obra é o confronto imediato das duas poéticas que, mesmo que estejam sob o signo do Romantismo, são bem diferenciadas, sendo Keats um poeta talvez até maior do que Byron, que é grandioso, porém muito menos atento a cada brilho de sua obra que deveria fulgurar mais, não desenvolvendo tudo que poderia.




POESIA COMPLETA - Alphonsus de Guimaraens. Coleção Brasileira da Biblioteca Luso Brasileira. Editora Nova Aguilar, 1ª Edição, 2001.

A obra completa de Alphonsus de Guimaraens fala por si tanto em sua parte religiosa quanto em sua parte neo-romântica e de emanação de alto Simbolismo. Apesar de ser muito criticado por ser uma obra supostamente monotemática, algo que desacordo, a obra tem uma qualidade estética, musical e quantitativa raramente encontrada no Brasil. Não à toa, Alphonsus de Guimaraens é o segundo poeta lembrado de nosso Simbolismo, ficando ao lado de Cruz e Sousa como grande representante do estilo (causando até grande injustiça com outros gigantes como Silveira Neto, Emiliano Perneta...)

Apesar de 2001, está é uma obra difícil de ser achada, pois a Nova Aguilar já deixou de produzi-la, apesar de continuar a produzir várias obras completas em seu manto editorial. Não obstativo esse fato, em sites como Estante Virtual, uma grande rede de sebos on-line, facilmente há de se encontrar essa obra, que é a mais atual edição da Poesia Completa de Alphonsus de Guimaraens, atualizando a anterior, lançada em 1960.


Caros leitores do Sacrário das Plangências, eis as sugestões do mês, desta vez, totalmente poéticas.
Boa leitura!

Abraços,
Cardoso Tardelli

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