quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sugestões de Leitura - Parte II: Contos, Teatro e Poesia

Caros leitores de o Sacrário das Plangências, não tenho a intenção de fazer desta postagem um grande compêndio de sugestões, nem sequer imitar o estilo feito na parte um, pois nesta parte serei extremamente objetivo em algumas sugestões - e tal qual na outra parte - colocarei alguns livros já usados como fonte em postagens do Sacrário. Nesta parte, não haverá autores brasileiros, porém, na parte III, que será feita em breve, recomendarei, na grande maioria, autores brasilianos.

CONTOS RE-EDITADOS:
CONTOS CLÁSSICOS DE VAMPIRO: BYRON, STOKER E OUTROS. Trad: Marta Chiarelli, Beatriz Sidou e Bruno Costa. São Paulo: Hedra, 2010. 263 páginas.

Eis mais uma grata surpresa da editora Hedra, que há muito tempo vem enchendo as livrarias - até mesmo bancas - de grandes livros com boas traduções (como a de Verlaine (1844-1896) traduzida por Guilherme de Almeida -1890-1969-) a preços muito baixos, se compararmos com outros livros do estilo. O referido neste tópico é um exemplo da influência do mito vampírico por todo o nosso tempo, mesmo que dê ênfase aos conhecidos contos de Byron (1788-1824), a introdução perdida ao Drácula de Bram Stoker (1847-1912), além de um desmitificante conto de Théophile Gautier (1811-1872), mais conhecido como o precursor do Parnasianismo e da tese da "arte pela arte", mas que exala, ao lado de descritivismo, sensação lancinante e horror. Contém também poemas de grandes autores sobre a temática.


TEATRO:
BYRON, GEORGE GORDON. Manfredo. Trad: João Almeida Flor. Lisboa: Relógio d'Água, 2002. 127 Páginas.

Esta peça de Byron é uma das mais clássicas obras do Romantismo Inglês e também mundial. Não obstante, há poucas traduções para o português, talvez por ela ter sido composta em versos, sendo a mais significativa esta que os sugiro. Não há séria dificuldade com o português de Portugal da tradução, ainda mais quando há um razoável entendimento da língua inglesa (a obra é bilíngue), pois a comparação pode ser, de quando em quando, feita. Nesta obra, o anti-herói byroniano que tanto encantou gerações é evidenciado na eloquência do poeta. O gênio de Byron nos leva para as regiões lúgubres onde ele estava na ocasião da escrita da obra, transparecendo as friezas da Suíça e do Castelo de Chillon, sua moradia naquele país.

POESIA:

ANTÔNIO NOBRE. Só (Seguido de Despedidas). Apresentação: Annie Gisele e Helder Garmes (USP). São Paulo: Ateliê Editoral, 2009. 448 páginas.

"O livro mais triste de Portugal"; assim que Antônio Nobre (1867-1900) descreve curtamente, em um verso, o seu , marco do Simbolismo português e influente obra para a organização de um movimento Modernista lusitano, mesmo que em Antônio Nobre víssemos pouco disso. Por muito ficou ausente essa obra das livrarias brasileiras e a Ateliê trouxe o a lume novamente, contando também com outros poemas que nas edições antigas não se encontravam. Para os amantes da poesia de Fernando Pessoa (1888-1935), é um livro que não soara de um todo estranho, pois o maior expoente da Moderna Literatura portuguesa nunca negou sua admiração pelos Simbolistas, não importando de qual país eles viessem.

CAMILO PESSANHA. Clepsidra. Organização, apresentação e notas: Paulo Franchetti. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. 192 páginas.

Seguindo o rumo de Só, recomendo o já recomendado "Clepsidra" (o fora neste post), de Camilo Pessanha (1867-1926). O livro, de uma singularidade rara, é de um Simbolismo Baudelairiano, mas, ao mesmo tempo, de remotas insígnias chinesas (Macau, pequena ilha da China de posse portuguesa, foi onde grande parte dos poemas do livro foram escritos). Além do mais, flertando com o movimento Simbolista como um todo, Pessanha tem um encantamento pelo tema Medieval, sendo este tratado de maneira sanguinária e arcangélica ao mesmo tempo. São quarenta e oito curtos poemas, tão somente, que levaram Pessanha para a eternidade dos literatos. As notas, os esclarecimentos na biografia e as versões variadas de alguns poemas mostradas por Paulo Franchetti, o organizador, fazem do livro algo ainda mais magnificente.

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Estimados leitores, meu objetivo, como adiantado, foi colocar em pauta alguns livros que são usados sempre como fonte Sacrário das Plangências, além de mostrar o que há, de fato, de mais novo em termos de re-edições de alguns clássicos. Os livros que recomendei têm outras edições (com exceção ao da Hedra), encontradas em sebos e por meios de sites do ramo.

Abraços, Cardoso Tardelli