Caros leitores do Sacrário das Plangências, posto-lhes um poema presente na Poética das Quimeras (Selo Futurarte, Ed. Multifoco, 2012).
A obra está disponível na Livraria Cultura (clique aqui para o link) e no site da editora (clique aqui para o link). Há agora também o e-book da Poética das Quimeras (clique aqui para comprá-lo na Amazon.)
ODE
AO AMOR - Cardoso Tardelli
Tudo que é vivo
neste mundo
E dele já teve
algum sorriso,
Foi por crer em Teu
lume fundo,
Em Teu inefável e
mágico viso
Que, perante o pacto
moribundo
Do coração nas
dores da vida,
Cintila como chama
encandecida
Pela mente alheia
ao juízo.
Ah! Eterna luz de
nossa alma,
Eterna Lua entre as
negras brumas.
Salmo dos Anjos que
acalma
A tormenta envolta
em escumas.
Cântico feroz,
falaz, que ensalma
O desaparecer dos
mais belos Astros
Sem que nos ergam
fúlgidos mastros
Para que vejamos
Deles as prumas.
Amor que na Terra
não floresce,
Que aos tristes
homens não é dado;
Amor da Terra da
Ástrea prece,
Que ao homem deixou
orfanado,
Que fazes quando
nosso pranto desce?
Que fazes quando
vem o sangue,
Lento, pelo
martírio que o langue
Espectro Teu nos
dá, mascarado?
Tudo que é morto
nessa Terra,
E já desceu à torva
sepultura,
Tomou de tua água
que erra
Pela fonte da Visão
impura.
Nascente caudal,
que não encerra
A Sede sublime pelo
Amor
Que aqui não tem
riso nem fulgor,
E dorme junto do
Céu à negrura.
Ah! Fantasma
medonho, a sorrir,
Refletindo o lume
das Estrelas!
Luzes que passam forte,
a rir,
De nossa Ilusão
lassa ao vê-las.
Amor quimérico a
nos trair,
Mostrando-nos do
Celeste a luz
E o seu esvaimento
na cruz
D'agonia ao tentar
vencê-las.
Amor que na Terra
não floresce,
Que aos tristes
homens não é dado;
Amor da Terra da
Ástrea prece,
Que ao homem deixou
orfanado,
Que fazes quando
nosso pranto desce?
Que fazes quando
vem o sangue,
Lento, pelo
martírio que o langue
Espectro Teu nos
dá, mascarado?
21/10/2010
– São Paulo
Abraços,
Cardoso Tardelli
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