Caros leitores do Sacrário das Plangências, posto-lhes um poema presente na Poética das Quimeras (Selo Futurarte, Ed. Multifoco, 2012).
A obra está disponível na Livraria Cultura (clique aqui para o link) e no site da editora (clique aqui para o link). Há agora também o e-book da Poética das Quimeras (clique aqui para comprá-lo na Amazon.)
CANTIGA
CONTEMPORÂNEA - Cardoso Tardelli
Quando
os ventos anunciam
Que
nos céus há novo fulgor,
O
Mundo tremula de medo
Pois, se antes fantasmas riam,
Surge nos Astros rútilo segredo:
- O
Amor.
E o
peito torvo mundano,
Quando
é transpassado por risonho
Dardo
de fúlgida esperança,
Brada
que o porvir é profano,
Mas
só diz à Luz, qual criança:
- É
o Sonho.
E no
fitar perplexo, triste,
Que
dão os espectros no abrir
Das
águas nas langues faces,
Debatem-se,
sangrando, em riste,
Ouvindo as caudais vivaces:
-
Eis o Sentir!
E
que vulto atro, obscuro,
Vacilante e feroz liberdade
Nas
almas, antes brancas e vagas,
Causa no terrível e impuro
Cárcere
das passadas chagas?
- A
Saudade!
E
quando eles, já convulsivos,
Sentiam
o carmim surgir do Dia
E, no
delírio, tão doce harpar
Ouviam,
tornando-os vivos,
Qual
melodia estava a tocar?
-
Poesia!
Tais
fantasmas, já prostrados,
Ouviam
uma Voz tão sentida,
Duma
elegia bela e d'esplendor...
Ah!
Que maldição aos enclausurados
Tal
Voz falava? Qual o rumor?
- A
Vida!...
Abraços,
Cardoso Tardelli
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